quarta-feira, agosto 31, 2011

SLIDESHOW PASSEIO - Parte III - Brasil

O Brasil, o maior país de língua oficial portuguesa é o assunto do nosso SLIDESHOW PASSEIO de hoje.

Com uma população de mais de 190 milhões de pessoas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil é também o maior país da América Latina, ocupando 47% do território. É o quinto maior país do mundo depois da China, Canadá, Rússia e Estados Unidos.

Nossa intenção é mostrar em 2 minutos algumas particularidades do país com fotos tiradas em algumas das missões da rede ePORTUGUÊSe, misturadas com paisagens de algumas regiões. Desculpem-nos se não podemos ser mais abrangentes.. o tempo não permite.....

Aqui está um pequeno gostinho do Brasil...
   
Montagem e edição: Ana Ribeiro - interna da  Rede ePORTUGUÊSe

segunda-feira, agosto 29, 2011

Breve História da Contracepção

contracepção, tema que gera tanta controvérsia por questões religiosas, culturais, políticas e individuais, vem sendo praticada há mais de 2000 anos.
Não é portanto um conceito da era moderna. 

O Controle da natalidade e o infanticídio foram práticas bem documentadas desde a Mesopotâmia e o Antigo Egito. Um dos primeiros registros referindo-se a métodos de controle da natalidade data de cerca de 1850 aC que descreve o uso da goma arábica colocada dentro do canal vaginal. Pesquisas atuais confirmaram a qualidade espermicida da goma arábica que é um dos componentes das pomadas espermicidas.

Outros métodos de controle da natalidade mencionado no papiro de 1850 incluem a aplicação de substâncias gelatinosas para cobrir a entrada do útero e a lactação por tempo prolongado.

O pai da medicina, Hipócrates apregoava que a semente da cenoura selvagem era capaz de prevenir a gravidez e Aristóteles mencionava a utilização da Mentha Pulegium como anticoncepcional.
O uso de anticoncepcionais feitos de plantas naturais era tão difundido na região do Mediterrâneo que no século II A.C., Políbio escreveu que as "famílias gregas estavam limitando-se a ter apenas um ou dois filhos."
Os antigos egípcios também utilizavam tampões vaginais ou  óvulos feitos com substâncias naturais ácidas como excremento de crocodilo, linho e folhas comprimidas que lubrificados com mel ou óleo funcionavam como espermicida.

A anticoncepção masculina também era praticada na antiguidade. No século I A.C. Dioscórides afirmou que tomar extratos da madressilva durante 36 dias, poderia causar a esterilidade masculina.
No século XVII, quando foi estabelecida a relação do sêmen com a gravidez, o método anticoncepcional masculino mais conhecido era o coito interrompido, método citado na Gênesis que provocou a ira de Deus ao derramar suas sementes no chão.
Já na Ásia, as mulheres usavam papel banhado em óleo como um capuz cervical (primórdios do diafragma) e na Europa há relatos do uso da cera de abelha com o propósito de barrar a passagem do esperma.

O primeiro preservativo masculino
O Homem Sifilítico
Albrecht Dürer (Berlin 1496)

Acredita-se que o preservativo remonte aos tempos da Roma antiga, quando eram utilizadas bexigas de animais para proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis.

Preservativo feito
por volta do ano 1900
Os envoltórios ou preservativos de linho foram descritos em 1564 pelo anatomista italiano Falópio. No século XVIII, pedaços das vísceras de animais eram utilizadas para produzir os chamados "preservativos de pele".

Usava-se uma tira de intestino de animal amarrado ao pênis. No entanto, não era um método popular ou eficaz. Contudo este método de barreira veio revolucionar o conceito de mera contracepção, uma vez que, foi concebido tembém com o objetivo de evitar a transmissão da sífilis, infeção que na altura era uma doença crônica, incurável e devastadora.

A borracha vulcanizada inventada em 1844, impulsionou a fabricação de preservativos mais eficazes e o desenvolvimento do poliuretano facilitou o lançamento do primeiro preservativo feminino em 1992.
O diafragma
Diafragma de Mensinga
A idéia do diafragma moderno surgiu com um alemão, Friedrich Adolf Wilde que em 1833 sugeriu que fosse feita impressão em cera da cérvice de cada mulher. A partir desse molde seria confeccionada barreira anticoncepcional de borracha. A idéia desta capa cervical não teve muito êxito inicialmente, porém em 1870, outro alemão, o Dr. Mensinga, inventou o diafragma, uma lâmina elástica que, ao cobrir a maior parte da parede vaginal, não precisava de ajuste prévio individual, o que contribuiu para sua rápida popularização.
Possivelmente, o primeiro dispositivo intra-uterino (DIU) foi usado em pacientes por Hipócrates há mais de 2500 anos, que inseria objetos no útero com a ajuda de tubo de chumbo. Entretanto, o primeiro DIU clinicamente aceito, a Alça de Lippes, só foi amplamente adotado em 1962.
Atualmente, existem dispositivos de cobre em diferentes formatos, entre os quais o mais popular é o em forma de "T".
A pílula anticoncepcional

Margaret Higgins Sanger americana nascida em 1833 fundou em 1914, a National Birth Control League dos Estados Unidos e, em 1916, abriu em Brooklyn, Nova York, a primeira clínica para o controle da natalidade.
A clínica foi fechada pela polícia e Margaret presa por trinta dias. Determinada fundou em 1921 a American Birth Control League, que não só sobreviveu como induziu o presidente da liga James F. Cooper, a fundar uma companhia dedicada a fabricar diafragmas para mulheres, tornando-as independentes do fato de os homens usarem ou não preservativos.
Uma nova incursão da polícia fechou a clínica em 1929, mas a incansável atividade de Margaret a levou, em 1951, a visitar um renomado biólogo da Fundação Worcester de Biologia Experimental, para pedir-lhe que investigasse as possibilidades de criar um contraceptivo que fosse efetivo e seguro, para liberar as mulheres e as conseqüências da maternidade desordenada e irregular.
Este Biólogo se chamava Gregory Goodwin Pincus (1903-1967), e havia estudado agricultura, genética e fisiologia da reprodução na Universidade de Harvard. Havia conseguido induzir, em coelhos da Índia, isto é, a reprodução sem concurso direto do macho.
A visita de Margareth Sanger, argumentando com cifras e sua larga experiência, causou tão profunda impressão em Gregory Pincus que este mudou radicalmente a orientação de seus estudos biológicos e, 2 anos depois, investigava os efeitos esterilizadores dos hormônios esteróides nos mamíferos.
No entanto a busca por um contraceptivo oral é anterior às pesquisas de Pincus. Um dos avanços biológicos do século XX havia levado a um melhor entendimento do processo da fecundação e seu mecanismo bioquímico. Em outras palavras, uma mulher grávida não pode engravidar de novo porque o óvulo fecundado se rodeia de hormônios inibidores que impedem uma nova ovulação. Portanto, se fosse possível produzir algum tipo de gravidez falsa da mulher, mediante a ingestão de hormônios e inibidores, por exemplo, se evitaria a fecundação.
A progesterona vinha sendo usada para desordens menstruais e para a prevenção de certas formas de aborto, porém sua obtenção era muito trabalhosa e cara.
O professor de química do Instituto Rockefeller da Pensilvânia, Russel E. Marker, estudando um grupo de esteróides, descobriu um processo de obtenção da progesterona e verificou que esses esteróides existiam em grande quantidade numa árvore silvestre mexicana. Vencendo obstáculos financeiros, Marker recolheu dez toneladas do fruto desta árvore e sintetizou 2.000 g de progesterona, que então custava US$80 o grama.
Com os doutores Chang e Rock na Fundação Worcester, Pincus descobriu os estrógenos e progestágenos, derivados da progesterona que mais inibiam a ovulação, e deles saiu a primeira pílula anticoncepcional.

sexta-feira, agosto 26, 2011

Isto é português?

O português é um só, e fala-se em 8 países, mas cada país acrescentou um tempero especial e hoje temos palavras e expressões características das diferentes regiões.

Ficam aqui alguns exemplos de palavras diferentes no Brasil, em Moçambique e em Portugal.
No Brasil, tiramos a cerveja da geladeira, em Portugal ela fica no frigorífico e em Moçambique fica na geleira.
 

Em Moçambique, vai-se para a praia com um coleman para as bebidas, em Portugal com a geleira e no Brasil com o isopor.

Portugal tem bué de coisas (uma palavra com origem em Angola).

Em Moçambique há maningue animação (proveniente do inglês many) e, no Brasil, dependendo, pode ter um monte de gente como pode ser chato pra caramba.

Em Portugal, apanha-se o autocarro, em Moçambique o Machimbombo e, no Brasil, ônibus.
No Brasil, amarra-se os cadarços. Já em Portugal e em Moçambique ata-se o atacador.

Em Portugal, vai-se ficando na fila e perdendo a bicha. No Brasil, é melhor ficar na fila e em Moçambique é bicha e fila, com direito ao verbo bichar.



Em Moçambique, toma-se o mata-bicho, no Brasil se toma o café da manhã e em Portugal temos direito a um pequeno-almoço.

Em Portugal fala-se ao telemóvel, no Brasil e em Moçambique pede-se o número do celular.


Brasil e Portugal sofrem de uma ressaca e em Moçambique é a babalaza que é chata.

Em Moçambique, tem xidzakuas, no Brasil uns cachaceiros e em Portugal uns simples bêbedos.




No Brasil, se o chamarem para beber com alguns amigos em casa há uma reuniãozinha

Em Moçambique, há uma banga ou um social e em Portugal é apenas uma festa em casa.
Se está aflito, utilize a privada, mas só no Brasil, porque se estiver aflito em Portugal ou em Moçambique é melhor utilizar a sanita.

Se não consegue algo diga "não consigo", mas só se for Brasileiro e Português, porque o Moçambicano desconsegue.

No Brasil, encontra-se um banheiro à beira da estrada. Em Moçambique e em Portugal é mesmo necessário ir à casa de banho.
As cuecas femininas são atraentes, mas só em Portugal, porque no Brasil e em Moçambique mulher só usa calcinha.
Atenção ao Durex: no Brasil é fita-cola, mas em Portugal é preservativo
Em Moçambique preservativo só com Jeito.

Em Portugal, põe-se o doce no pão, no Brasil a geléia na bolacha e em Moçambique nada melhor do que djam com pão de sura.
O português e o brasileiro ficam sem nada para fazer, já o  Moçambicano fica desprogramado.

No Brasil é chiclete, em Portugal é pastilha elástica e em Moçambique é chuinga
Estes são só alguns exemplos das diferenças, mas existem muito mais expressões locais. Tente descobrir e conhecer o "toque de mágica" que cada país deu ao seu português...




quarta-feira, agosto 24, 2011

SLIDESHOW PASSEIO - Parte II - Cabo Verde

Hoje mostraremos Cabo Verde na série SLIDESHOW PASSEIO - uma pequena jornada fotográfica pelos países de língua oficial portuguesa.

Nesta série mostramos também alguns destaques da rede ePORTUGUÊSe.

Segundo o "World Health Statistics, 2011", Cabo Verde tem uma população com cerca de 506.000 pessoas vivendo em 9 das 10 ilhas do arquipélago.

Um quinto desta população vive na capital, Praia, que fica na Ilha de Santiago. 
Em 2009, o centro histórico, ou Cidade Velha, foi considerado Patrimônio Mundial da UNESCO, uma vitória para a conservação da arquitetura colonial portuguesa, inclusive a primeira igreja católica construida em solo africano.


Devido a sua posição geográfica estratégica, Cabo Verde foi um importante entreposto de escravos para os portugueses e sua população hoje é majoritariamente mestiça.

Abaixo, uma passadinha por Cabo Verde...



Montagem e edição: Ana Ribeiro, Rede ePORTUGUÊSe

segunda-feira, agosto 22, 2011

As origens e evolução étnico-cultural dos PALOP: Moçambique e São Tomé e Príncipe

Esta semana terminamos a série sobre a evolução cultural dos países africanos de língua oficial portuguesa com Moçambique e São Tomé e Príncipe.

MOÇAMBIQUE

Moçambique
Fonte: Africanidade


É o único país de língua portuguesa em África localizado na costa leste do continente. Possui uma grande diversidade étnica, cultural e linguística com mais de 43 línguas diferentes faladas no país, segundo o site Ethnologue. No entanto, apenas o Português é língua oficial.

Os primeiros habitantes de Moçambique eram grupos nómadas de caçadores como os Khoi e os San.

Entre os séculos I e V, chegaram povos Bantu vindos do norte e oeste da África.  Aí estabeleceram comunidades, dedicando-se à agricultura e pastoreio e trazendo consigo o metal.

Mais tarde, os Árabes começaram a estabelecer postos comerciais na costa leste do continente africano, desenvolvendo cidades que chegaram a ser importantes centros políticos e comerciais.
Os Árabes foram-se misturando com os povos africanos, dando origem à cultura híbrida Swahili.

De fato, acredita-se que o nome 'Moçambique' tem origem no nome do chefe árabe Musa al Big, que habitava na região norte do país. Em 1498, com a chegada dos portugueses, a influência comercial árabe começou a decair. E a partir de então, Moçambique passou a ser um país fortemente marcado pela presença colonial portuguesa.

Mas os diferentes grupos culturais e étnicos de Moçambique sempre foram muito marcantes. No norte, as comunidades têm geralmente tradição matrilinear, são semi-nómadas e assimilaram menos a influência dos portugueses. No sul, a influência portuguesa é mais marcante sentida no vestuário, língua e religião.

Ainda hoje existe um grande número de grupos étnicos em Moçambique, tais como:

Makhuwa - também escrito Makua, habitam também a Tanzânia  a África do Sul e são o maior grupo étnico no norte de Moçambique, com cerca de 37% da população do país. Os Makhuwa são majoritariamente animistas, embora exista uma minoria de cristãos e muçulmanos. Falam o Makua (juntamente com o português), que se divide em seis dialectos. Tradicionalmente, os Makhuwa acreditam que o seu povo teve origem na montanha Namuli, para onde viajam os espíritos das pessoas que morrem.

Mulher Tonga em Moçambique
Fonte: Joshua Project
Os Makhuwa têm uma sociedade matrilinear em que as crianças pertencem às mães e à família materna e não ao pai ou à família paterna.
Tsonga - no século XVI habitavam as regiões central e sul de Moçambique e são hoje o maior grupo étnico ao sul do rio Zambezi, que corta o país ao meio. OsTsonga incluem outros grupos étnicos menores como os Shangaan, os Thonga e os Tonga.

Com a chegada de refugiadosdo povo Nguni, os Tsonga foram assimilando seus costumes e crenças que foi-se atenuando com a chegada dos portugueses. 
Com uma história de dispersão e desintegração provocadas por outros povos, os Tsonga foram perdendo várias das suas práticas tradicionais. No entanto, mantiveram- a poligamia, a primazia da primeira mulher sobre as outras esposas e assumiram a religião cristã. Os Tsonga têm estruturas sociais complexas, centradas na família ou na linhagem. As relações tribais determinam a estrutura da comunidade.
Os Shangaan constituíram-se como resultado da mistura dos povos Nguni e Tsonga, conquistados por Soshangane, do povo Zulu, que veio a construir o reino de Gaza a partir da subjugação de vários grupos indígenas.
Soshangane ocupou o território do rio Nkomati no sul até aos rios Zambezi e Pungwe no Norte. Os Sena, os Chokwe, os Manyika, os Yao, os Chopi e os Nguni compõem alguns dos outros grupos.
Makonde - também chamados de Macondes, falam o Makonde, o Português, o Swahili e o Makua e habitam sobretudo junto ao rio Rovuma, no extremo norte de Moçambique.
Os Makonde resistiram à tentativa de escravatura por outros grupos africanos, árabes e europeus, escapando ao domínio colonial até os anos 1920. Foi em território Makonde que teve origem o movimento de independência do país. 
São um povo sobretudo cristão e muçulmano, embora ainda mantenham algumas das crenças tradicionais ancestrais. São tradicionalmente um grupo matrilinear em que são os maridos a mudar-se para as aldeias das suas mulheres.
Ndau - falam o Ndau e habitam no Vale do Zambezi, no centro de Moçambique, e na região leste do Zimbabwe. Os seus antepassados eram guerreiros da Suazilândia que se foram misturando com os grupos dos Manika, dos Barwe, dos Tewe e dos Ndau, que incluem vários subgrupos da província de Sofala.
Constituem cerca de 9% da população total de Moçambique.
Em Moçambique também existe uma população europeia e indiana, que representam uma fatia muito pequena da população.

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

É o segundo menor país africano depois das ilhas Seychelles e o menor dos países de língua portuguesa, com cerca de 160 mil habitantes.
Foi assim apelidado pelos Portugueses, que aí chegaram no dia de São Tomé em 1470. As duas ilhas inabitadas foram estabelecidas como postos comerciais com o continente e suas terras vulcanicas eram bastante propícias para a agricultura.
A escravatura foi outro dos aspectos que marcou fortemente a história do pequeno país, tendo as ilhas servido não apenas de plataforma para o comércio de escravos em África durante o século XVII, como também receberam, elas mesmas mais tarde, escravos vindos de Angola para trabalhar nas roças produtoras de café e cacau.

Os primeiros habitantes de São Tomé e Príncipe foram colonos vindos de Portugal, entre os quais Judeus.  Desde então, vários grupos e etnias passaram por São Tomé, dando origem a uma população muito diversa, hoje constituída pelos:
· Fôrros - são descendentes dos escravos a quem foi concedida a liberdade após a abolição da escravatura.
· Angolares - que habitam na costa sudeste, descendentes dos escravos angolanos que desembarcavam na ilha para trabalhar na roças produtoras de cacau.
· Mestiços - conhecidos como "filhos da terra", são descendentes dos colonos portugueses e dos escravos africanos trazidos de países como Benim, Gabão e Congo durante os primeiros anos de colonização.
· Serviçais - trabalhadores contratados de Angola, Moçambique e Cabo Verde, temporariamente na ilha.
Em São Tomé e Príncipe vivem também Europeus, sobretudo Portugueses.


 
Fontes:
Africanidade. Disponível em http://www.africanidade.com/
The Africa Guide. Disponível em http://www.africaguide.com/culture/index.htm
Countries and their cultures. Disponível em http://www.everyculture.com/
Encyclopaedia Britannica. Disponível em http://www.britannica.com/
Ethnologue. Disponível em http://www.ethnologue.com
Every Culture. Disponível em http://www.everyculture.com/
Gaza Kingdom. Disponível em http://www.gazakingdom.net/
Joshua Project. Disponível em http://www.joshuaproject.net/ 
Kruger Park. Disponível em http://www.krugerpark.co.za/
National African Language Resource Center. Disponível em http://www.nalrc.wisc.edu
SIM (Serving in Mission). Disponível em http://www.sim.org/
U.S. Department of State. Disponível em http://www.state.gov/
Turismo de São Tomé e Príncipe. Disponível em http://www.stptourism.st/
UNHCR. Disponível em http://www.unhcr.org/
Wikipedia. Disponível em http://en.wikipedia.org/

sexta-feira, agosto 19, 2011

19 de agosto de 2011: Dia Mundial da Assistência Humanitária: Ajudando-se uns aos outros

Hoje, sexta-feira, 19 de agosto, a OMS e vários parceiros ao redor do mundo irão celebrar o Dia Mundial da Assistência Humanitária para homenagear aqueles profissionais que lidam diariamente com o desespero humano.

Neste dia, presta-se tributo aos profissionais da área que morreram ou ficaram feridos no curso de seu trabalho.
Além disso, é o momento de reconhecer o trabalho destes profisionais em várias partes do mundo.

Todos os anos ocorrem desastres naturais ou provocados por guerras, tráfico humano, drogas e armas, causando sofrimento e desespero para milhares de pessoas, normalmente nos países mais pobres, vulneráveis e marginalizados do mundo.

Por exemplo: Na crise atual do sul da África, mais de 12.4 milhões de pessoas estão malnitridas e correm o risco de infectarem-se pela cólera e sarampo. Os trabalhadores de ajuda humanitária estão trabalhando intensamente nesta área para diminuir o sofrimento pela fome e para proporcionar imunização e atenção à saúde adequadas.

quarta-feira, agosto 17, 2011

SLIDESHOW PASSEIO - Parte I - Angola

Nós da Rede ePORTUGUÊSe trabalhamos para fortalecer a comunicação e informações sobre saúde entre os países de língua oficial portuguesa. Nestes seis anos da rede tentamos capturar um pouco da cultura, atenção à saúde pública, povos e paisagens desses oito países. 

Nesta série - SLIDESHOW PASSEIO - mostraremos a cada semana fotos destes países. 
GoogleMaps
Cada letra nesse mapa representa um país. A série de "slideshows" desses países vai seguir a ordem alfabética ao mostrar um país a cada semana, a não ser quando decidimos usar dois países africanos consecutivamente por motivos geográficos. 

A ordem será A) Angola, B) Cabo Verde, C) Brasil, D) Guiné-Bissau, E) Moçambique, F) Portugal, G) São Tomé e Príncipe, H) Timor-Leste.

Nas fotos é possível ver alguns profissionais de saúde em ação, manifestações populares, Bibliotecas Azuis, o sorriso contagiante das crianças, praias, monumentos, centros urbanos e reuniões de saúde realizadas.

A série começa com esse post, sobre Angola. O país, composto de 18 províncias no Sudeste da África, é um dos maiores do continente e um dos mais ricos em recursos naturais como diamantes, petróleo e ouro. Sua capital é Luanda e origens culturais remontam tradicionalmente aos povos Bantu.

A colonização e presença portuguesa teve, também, uma forte influência cultural e religiosa, misturando-se com as tradições dos diferentes grupos étnicos, como os Ovimbundu, os Mbundu e os Bakongo. Existem cerca de mil comunidades religiosas, sendo a religião predominante o Cristianismo, seguido das crenças tradiconais.

Isso é, claro, apenas um pequeno gostinho da imensidão de Angola e do resto dos países de língua oficial portuguesa. Mas esperamos que aproveitem e voltem a este blog para ver os próximos episódios do SLIDESHOW PASSEIO.

E agora, com vocês... ANGOLA


Montagem e edição: Ana Ribeiro, Rede ePORTUGUÊSe

segunda-feira, agosto 15, 2011

As origens e evolução étnico-cultural dos PALOP (2) Guiné-Bissau

Na semana passada, começamos uma série para conhecer a enorme diversidade cultural e étnica dos Países Africanos de Lingua Oficial Portuguesa.Conhecemos Angola e Cabo Verde e hoje nos dedicamos à Guiné-Bissau, um país pequeno na costa ocidental da África cujas raizes nativas ainda são bastante fortes.

Mapa etnográfico da Guiné-Bissau (1950)
A Guiné-Bissau foi parte do Império Mali, localizado no noroeste da África, que teve seu apogeu durante os séculos XIII e XIV. Um dos três grandes Impérios Africanos que dominaram a região.

O primeiro foi o Império de Songhai que dominou a região do rio Níger. O segundo foi o Império de Gana que foi desaparecendo com a imposição dos berberes e muçulmanos até que em 1240, o rei do Mali, Sundiata Keita, os conquistou erguendo o Império de Mali, considerado o maior o maior de todos os impérios medievais africanos.
O Império teve seu apogeu no início do século XIV com o governo de Mansa Mussa, que converteu todo o Império para o Islamismo. Em sua peregrinação a Meca (como costume de um islã), Mansa Mussa fez-se acompanhar de cerca de 15 mil homens, 100 camelos e uma expressiva quantidade de ouro.
Nessa peregrinação ele trouxe para  o Mali vários mercadores e sábios que ajudaram na divulgação da religião islâmica. Aos poucos, a capital do Império passou a ser um grande centro comercial e um grande centro de estudos religiosos. O Império Mali controlava as rotas comerciais transaarianas da costa sul ao norte. Dentre os principais produtos comercializados estavam o ouro, o sal, o peixe, o cobre, escravos, couro de animais, nós de cola e cavalos.

Foi somente no século XIX que os portugueses assumiram pleno controle do território da Guiné-Bissau.

Este percurso histórico contribuiu para uma grande diversidade étnica, linguística, cultural e social na Guiné-Bissau, cujos principais grupos étnicos africanos são:
· Balante - representam aproximadamente 30% da população e são o maior grupo étnico da Guiné-Bissau, divididos em 4 sub-grupos. Estão concentrados na região central do país e são conhecidos como "aqueles que resistem". Os Balante migraram da região do Egito, Etiópia e Sudão para a Guiné-Bissau entre os séculos X e XIV, espalhando-se pelo território durante o século XIX, procurando escapar à expansão de outros reinos.
A sua organização social dificultou a colonização portuguesa.
Embora o Cristianismo e sobretudo o Islamismo sejam praticados, as crenças dos Balante são em grande parte animistas.
· Fulani - formam 20% da população e se encontram mais ao norte. Estão distribuídos por vários países como a Nigéria, o Mali, Camarões e o Senegal e são considerados o maior grupo nómade do mundo.
São descendentes de povos nómadas do norte de África e África sub-sahariana, tendo sido dos primeiros povos a converter-se ao Islamismo, estabelecendo-se com uma grande força religiosa, política e económica na África ocidental.
São hoje um grupo bastante heterogéneo devido à mistura e integração de outros povos ao longo do tempo.
· Manjacos (14%) - denominados entre si de manjaku, falam o Manjaku e habitam as ilhas de Pecixe e Jata e as margens dos rios Cacheu e Geba, na região centro e norte da Guiné-Bissau. Dedicam-se sobretudo à agricultura e as suas crenças são maioriariamente animistas, embora também existam muçulmanos e cristãos.
· Mandinka (13%) - são um dos maiores grupos étnicos africanos, com cerca de 11 milhões de pessoas. Maioritariamente muçulmanos, os Mandinka são originários do Império do Mali. Hoje habitam vários países de África Ocidental como a Guiné-Bissau, Gâmbia, Serra Leoa, Costa do Marfim, Senegal, Burkina Faso, etc. Durante os séculos XVI a XVIII aproximadamente um terço da população Mandinka foi enviada como escravos para as Américas, pelo que muitos afro-americanos nos EUA descendem dos Mandinka.
A aprendizagem entre os Mandinka é sobretudo feita através da tradição oral e de histórias, canções e provérbios, tendo os anciãos um papel importante enquanto líderes e transmissores de conhecimento.
Entre os Mandinka é comum as crianças receberem o nome de alguém importante na sua família.
 · Papel representam 7% da população e se encontram nas áreas costeiras. Devido à sua localização foram juntamente com os Manjacos, os Balanta e os Jola, muito afetados pela exploração européia de escravos nos séculos XV e XVI.

Outro povos e grupos étnicos do país incluem:
· Bassari - falam o-niyan como língua e as suas crenças são predominantemente animistas. Os Bassari são próximos dos Fula.
· Jola - entre esta etnia é comum a poligamia e as relações familiares são bastante fortes assim como os casamentos arranjados entre as famílias. Suas crenças são maioritariamente islamistas, ainda que mantenham muitas das crenças tradicionais africanas.
 Embora não exista formalmente um sistema social de divisão de castas, os Jola ~se agrupam em diversos clãs, com nomes específicos. Sobrevivem basicamente da agricultura, especialmente a cultura de arroz, e há uma separação entre as tarefas atribuídas aos homens e às mulheres.
· Mankanya - falam o Mankanya e são sobretudo Católicos, embora mantenham as suas crenças animistas.

 · Bijagó fazem parte de arquipélago com 88 ilhas ao largo da costa da Guiné-Bissau. A maioria das ilhas é desabitada e a população fala maioritariamente o Bijagó e pratica religiões animistas. São profundamente crentes e dedicam cerca de cem dias por ano a rituais religiosos. O arquipélago conta com ampla autonomia administrativa. 
A ilha de Orango, a mais distante do continente tem uma sociedade matriarcal onde as mulheres escolhem os maridos ao cozinhar-lhes um prato (tradicionalmente peixe) que, sendo aceite e comido pelo pretendido, se torna o selo da união.

A Guiné-Bissau possui também uma população minoritária mulata originária de Cabo Verde.